sábado, 17 de outubro de 2009

A Reforma

No dia 31 de outubro
comemora-se o aniversário da Reforma Protestante. Nessa data, no ano de 1517, Martinho Lutero afixou na porta da igreja de Wittemberg suas famosas “95 Teses”, proposições em que discordava do ensino papal, principalmente no que dizia respeito às indulgências, certificados de perdão de pecados e absolvição da invenção romana “o purgatório”. Essas “indulgências” eram vendidas de cidade em cidade pelos emissários de Roma, a fim de extorquir dinheiro para a construção dos luxuosos prédios do Vaticano. O ato de Lutero provocou a ira da igreja romana, mas, na verdade, ele só pensava em consertar o que estava errado.
Como conseqüência, o “papa” expediu uma “excomunhão” para o “herege”. Lutero, assim que recebeu o documento, queimou-o em praça pública, pois entendia que o “papa” não tinha autoridade para excluir quem quer que fosse da comunhão. O “papa” então proibiu aos católicos a leitura dos escritos luteranos em 1522.
Aos poucos, diante da retaliação papal, foi-se percebendo que o único caminho seria a ruptura com a igreja oficial. Foram organizados debates para discutir a questão, mas as mutretas e tramóias que os delegados do “papa” armavam para condenar aqueles que se lhes opunham já eram manjadas, o que obrigou Lutero a publicar vários livretos expondo suas idéias e justificando-as perante as Escrituras. Ele demoliu um a um os dogmas católicos que não tinham nenhuma base bíblica.
A esta altura, o imperador alemão convocou um assembléia (a “Dieta de Worms”) para que fosse resolvido o assunto. Lutero compareceu mediante a garantia de proteção, pois os romanistas queriam sua cabeça. Lá chegando, manteve-se firme em sua posição, da qual desistiria se fosse convencido, pelas Escrituras, de que seus ensinos estavam errados. Lutero demoliu, literalmente, o sistema romanista: segundo a Bíblia, os sacramentos não têm valor algum, à exceção do batismo dos convertidos e da Ceia do Senhor e, mais importante, mostrava o caminho a ser seguido, com base apenas nas Sagradas Escrituras. Além disso, foi claro ao afirmar o sacerdócio universal de todos os crentes como resultado da fé pessoal em Jesus Cristo.
A reação romana foi de fúria. Amigos de Lutero, então, mantiveram-no escondido por dois anos em um castelo. No exílio forçado, Lutero escreveu numerosos livros encorajando, o povo a ler as Escrituras e buscar a salvação pela fé somente. Para isto, também traduziu a Bíblia para a língua do povo, e assim a Palavra de Deus deixou de ser uma exclusividade dos eruditos. Até essa época, apenas os sacerdotes e intelectuais tinham acesso à Bíblia, pois só havia versões em latim, inacessível à maioria das pessoas.
Em 1529, uma segunda Dieta declarou que a única religião a ser seguida devia ser a católica. Mas então diversas autoridades alemãs que haviam abraçado a fé cristã genuína, conforme ensinada por Lutero, se indignaram contra mais essa arbitrariedade. Eles então redigiram um protesto formal, e passaram desde então a ser chamados de “protestantes”. A Reforma já havia então passado as fronteiras dos estados germânicos, e chegara à Suíça, de onde se espalharia por toda a Europa. Cem anos depois, chegaria à América do Norte. No Brasil, ainda demoraria um pouco mais, até meados do século 19. Mas, como diz um velho hino, “Ninguém detém, é Obra Santa”.
Hoje, o diabo procura ofuscar o 31 de Outubro, uma data tão gloriosa para os verdadeiros cristãos, tentando ressuscitar o “Halloween” (Dia das Bruxas), na mesma data. Mas graças a Deus, que tem dado sabedoria a Seu povo para evitar essas “festas pagãs”. E graças a Deus pelos Seus servos cheios do Espírito, que deram suas vidas para que nós, hoje, tenhamos acesso à maravilhosa Palavra de Deus. Martinho Lutero recolocou a pregação em seu devido lugar; preparou apostilas de treinamento para os ministros; desenvolveu um sistema de administração da Igreja; compôs belíssimos hinos, como o “Castelo Forte”; criou um padrão de ensino elementar para que o povo pudesse aprender a ler a Bíblia em alemão; graças à coragem desse homem, inspirado pelo Espírito Santo, nós hoje alcançamos o entendimento da Palavra e liberdade no louvor, livres da escravidão.