segunda-feira, 5 de abril de 2010

Uma história de sexo, terror e crimes

A intimidade com o poder
temporal é uma das formas de  prostituição do espiritual com o mundano - como anunciado em Apocalipse capítulo 17. Essa mistura das coisas de Deus com as coisas do mundo não vem de agora; não, é muito antiga.

O aspecto moral, infelizmente, é apenas uma cena pornográfica no meio desse longo filme de terror.
Durante a Idade Média surgiram anedotas como o Decameron, Heptameron, Os Contos de Canterbury etc., cujos protagonistas eram padres e freiras lascivos. Muitos papas eram tão depravados que até mesmo os que não professam nenhuma religião se escandalizavam. Devido a tamanha imoralidade, não devemos nos surpreender de que os padres não fossem melhores do que seus chefes. 
Pecados tais como adultério, sodomia, estupros, assassinatos e embriaguez vêm sendo cometidos por muitos papas através da história. Estamos conscientes de que atribuir esta classe de pecados a quem se proclama ser “santo padre”, “vigário de Cristo” e “bispo de bispos”, pode ser alarmante para alguns. Mas aquele que estuda a historia dos papas compreende claramente que muitos foram tudo, menos santos.
Sergio III (904-911 d.C.) obteve o ofício papal por meio de assassinato. Os anais da igreja de Roma falam sobre sua vida em pecado com Marozia dei Teofilatti, a quem seduzira quando ela era adolescente, e que depois lhe deu vários filhos. Marozia era filha de um senador romano com Teodora, uma prostituta.
Este Sergio foi descrito pelos historiadores Baronio e Gregorio como um “criminoso aterrorizante” e por outros escritores eclesiásticos como um “monstro”. Diz um deles: “Por sete anos ocupou a sede de são Pedro, enquanto sua concubina, imitando a rainha Semiramis, reinava na corte em pompa e luxo como nos piores dias do velho Império Romano”. Referindo-se a Teodora, diz: “Esta mulher, junto com Marozia, a prostituta do papa, encheu a sé papal com seus filhos bastardos e converteu seu palácio em um labirinto de ladrões”Após a morte de Sergio, Teodora conseguiu nomear “papa” João X, então seu amante (914). João foi assassinado em 928 por Marozia, que queria levar Leão IV à cadeira papal. Seu reinado foi breve (928-929): teve o mesmo fim quando Marozia se deu conta de que ele tinha uma amante mais imoral do que ela própria. Pouco depois conseguiu eleger seu filho e de Sergio ao trono.  Entretanto, o novo "papa" era apenas um adolescente, que tomou o nome de João XI. Durante uma briga com os inimigos de sua mãe foi encarcerado e acabou morrendo envenenado.
No ano de 995, o neto de Marozia tomou posse do trono como João XII. Este chegou a ser tão corrupto que os cardeais se viram obrigados a tomar medidas: foi julgado culpado de vários crimes, incluindo incendiar edifícios, brindar ao demônio, jogar dados, invocar ajuda do diabo, obter dinheiro por meios ilegais e cometer imoralidades. Tão vis foram seus atos que o bispo Luitprand de Cremona disse que “nenhuma mulher honesta se atrevia a sair em público, pois João não tinha respeito a elas, solteiras, casadas ou viúvas”. Levantou a ira do povo ao transformar o palácio papal em bordel público, e foi descrido pelo “Liber Pontificalis” como tendo passado toda a vida em adultério; e assim morreu, assassinado pelo marido da mulher com quem dormia.
Bonifacio VII (984-985), como seus antecessores, se manteve no cargo enquanto controlava a distribuição de dinheiro. Foi ele que fez encarcerar e assassinar João XIV, e depois incitou a multidão a arrastar-lhe o corpo pelas ruas, deixando os restos aos cães. Este Bonifacio foi classificado por Silvestre II como “um horrendo monstro que sobrepujou a todos em maldade”. Infelizmente, Silvestre não era muito melhor, já que a própria Enciclopedia Católica diz que “o povo o considerava um mago pactuado com o diabo”.
Em seguida, veio João XV (985-996) que dividiu as finanças da igreja entre seus parentes. Benedito VIII (1012-1024) comprou o cargo com chantagens. O seguinte, João XIX (1024-1033) fez o mesmo. Benedito IX (1033-1045) foi eleito com apenas 12 anos de idade, por meio de arranjos financeiros das famílias que controlavam Roma. Este papa-mirim cresceu em maldade e “cometeu homicídios e adultério em plena luz do dia”; assaltava os peregrinos nas catacumbas e por fim, foi expulso da cidade pelo próprio povo!
O campeão da corrupção foi Bonifácio VIII, retratado por Dante na sua “Divina Comédia” como sofrendo horrores nas profundezas infernais. Eleito em 1294, por meio das habituais fraudes, mandou encarcerar seu antecessor até que morresse à míngua. Seis cardeais afirmaram que ele dizia serem as leis divinas meras invencionices; que era tolice uma virgem conceber, Deus ser uma pessoa em três e haver outra vida depois desta: “é o que acredito e sustento, como aliás todo homem culto. Precisamos falar à maneira da plebe, mas pensar e acreditar de acordo com a elite”...
Outras testemunhas diziam que praticava pecados sexuais “naturais e também contrários à natureza”, e que se comunicava com as trevas por meio de feitiçarias.
No Concilio de Constança, três “papas”, e algumas vezes quatro, simultaneamente, se insultavam todos os dias, acusando-se uns aos outros de anticristos, demônios, adúlteros, sodomitas, inimigos de Deus. Um deles, João XXII (1410-1415), foi intimado a depor sobre sua conduta. Foi acusado por 37 testemunhas (bispos e sacerdotes, na maioria) de fornicação, adultério, incesto, sodomia, furto e homicídio, além de haver seduzido e violado 300 freiras. Mantinha em Bolonha um harém onde não menos de duzentas meninas haviam sido vítimas de sua luxúria. Para aumentar sua fortuna, criou impostos para tudo, incluído o jogo, a usura e a prostituição.
Por tudo isto o Concílio o declarou culpado de 54 crimes da pior categoria e o ejetou da cadeira papal; o tarado fugiu. O registro oficial do Vaticano qualquer um pode conferir, se achar que é lenda ou invenção: “Sua senhoria o papa João, cometeu perversidades com a esposa de seu irmão, incesto com santas monjas, teve relações sexuais com moças virgens, adulterou com mulheres casadas e toda classe de crimes sexuais... entregou-se completamente a dormir a outros desejos carnais, totalmente avesso à vida e aos ensinamentos de Cristo... Foi chamado publicamente de diabo encarnado”.
O “papa” Pio II (1458-1464) teve inúmeros bastardos. Falava em público sobre os métodos que usava para seduzir mulheres. Seu sucessor Paulo II (1464-1471) satisfez o desejo popular e manteve uma casa cheia de concubinas. Dizem que as jóias de sua coroa valiam mais do que um palácio inteiro. 

Sixto IV (1471-1484) nomeou cardeais vários filhos que teve com sua amante Teresa. Também nomeou oito sobrinhos, mas alguns deles eram, na verdade, seus filhos com outras mulheres. Financiou guerras vendendo posições eclesiásticas.
Inocencio VIII (1484-1942) teve dezesseis filhos com várias mulheres, e não negava que haviam sido “gerados no Vaticano”. Inovou na arrecadação de dinheiro, permitindo touradas na praça de São Pedro.
Rodrigo Borgia, vulgo Alexandre VI (1492-1503), subiu com a compra de votos. Viveu com uma mulher chamada Vanozza dei Catane, e depois com a filha dela, Rosa, com quem teve cinco filhos. No dia de sua coroação, nomeou um deles arcebispo de Valência, Espanha. Viveu em incesto publicamente com suas duas irmãs e com sua própria filha, a tristemente famosa Lucrecia Borgia, com quem se diz ter tido pelo menos um filho. Em 31 de outubro de 1501, véspera de “todos os santos”, realizou tal orgia no Vaticano que nunca se verificou igual na história da humanidade, nem no tempo dos Césares.
Paulo III (1534-1549) tinha quatro filhos; na sua coroação celebrou o batismo de seus bisnetos e nomeou sobrinhos adolescentes como cardeais; promoveu festivais com cantoras, bailarinas e bufões, e buscava ajuda de astrólogos.
Para esses homens, o poder era mais importante do que a saúde espiritual do rebanho de Deus. Lobos disfarçados, que devoram as ovelhas, dando preferência às mais novas e inocentes.

Deus tenha misericórdia!

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