sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O que está por trás dos dias de

A igreja católica romana tem como premissa o culto aos chamados “santos”, pessoas virtuosas que são “canonizadas” após a morte e, por estarem próximos a Deus, poderiam realizar milagres. O Brasil, apesar de ser considerado o país mais católico do mundo (cerca de 64% da população, segundo pesquisa), só tem dois “santos” nativos; mas, além do montão dos canonizados oficialmente, existem inúmeros outros, como a alegada “padroeira”. Para homenagear essa santaiada toda é que existe o dia “de todos os santos”.
Através dessa comemoração Roma pretende aproximar seus fiéis de Deus, com o seguinte arrazoado: como os “santos” foram pessoas de carne e osso, que tiveram condutas exemplares, todos têm potencial para tornarem-se santos. A “homenagem aos santos” geralmente é no dia do aniversário de suas mortes, mas como há mais “santos” do que dias no ano, os menos famosos que caem na mesma data de um “best-seller” acabam ofuscados. Para resolver esse problema, o “papa” Bonifácio IV criou uma espécie de aniversário coletivo, para acender velinha para todo mundo numa batelada só. Isso foi no século VII, e a data escolhida foi 13 de maio. No século seguinte, mais precisamente no ano 835, o “papa” da hora, Gregório III, atropelou a norma que diz que o “papa” é infalível em assuntos eclesiásticos, decretou que Boni 4 estava errado e o certo era 1º de novembro.
Dizem os historiadores – veja bem, não sou eu que estou dizendo, depois não digam que estou acusando, fazendo fofoca, intriga, que sou “cismático” etc. – historiadores afirmam que o principal objetivo da mudança da data foi para que ela passasse a coincidir com o Samhain – o ano-novo dos bruxos (que deu origem ao Halloween), e dessa forma atrair pagãos (possíveis novos fiéis) para a fé católica. Para o 13 de maio colocaram Maria no lugar, e de quebra disseram que esse agora era o dia “das mães”.
Como dizia uma lenda, no 1º de novembro demônios e espíritos malignos andavam livres pelo mundo, voltando às regiões abissais à meia-noite do “finados”. Assim o dia “das bruxas”, Halloween, como véspera “de todos os santos”, seria uma espécie de preparação para enfrentar e repelir o mal no dia seguinte. Confira a informação aqui. E assim a crença da “volta dos mortos” foi incorporada (hum hum mizinfi!) ao folclore católico, como veremos adiante.
Essa celebração mezzo-cristã/mezzo-pagã – como, aliás, é a maioria das festas católicas, um mix de cristianismo com paganismo, doa a quem doer – aproveita e homenageia a granel todos que “morreram em estado de graça” e não foram canonizados, e portanto, não têm um dia específico. Aliás, vou escrever um artigo sobre como surgem as crendices que transformam personagens bizarros e lendários em “santos” (como estes dois aqui), e como a igreja católica acaba patrocinando esquisitices, aceitando misturas até com religiões africanas. Aguarde que tem mais.
Olha só que curioso: em Portugal, no dia “de todos os santos”, crianças saem à rua a pedir o “pão-por-Deus” de porta em porta, recitando versos e recebendo em troca pão, broas, bolos e frutas como nozes, amêndoas e castanhas, que guardam em sacolas. Lembra alguma coisa? É também costume em algumas regiões oferecerem um bolo, o “Santoro”, e nesses lugares a data também é conhecida como “dia dos bolinhos”.
“Todos os santos” não é feriado, mas muitos tiram o dia para ir a “missas especiais” em honra dos “santos”, e até aproveitam para dar uma esticada ao cemitério limpar sepulturas, levar flores e aprontar tudo para o dia seguinte, 2 de novembro, “finados”.
Assim, vemos que o dia “de finados” é mais um resultado da mixórdia católica que, desde longa data, vem bolando estratégias de marketing para atrair e manter fiéis a qualquer custo. Mesmo que o crescimento numérico comprometa a sã doutrina – e agora os neo-evangélicos adotam essa tenebrosa barganha: desde a fusão da igreja cristã ao Estado romano, foram adotados crenças estranhas e costumes de vários povos. Rezar pelos antepassados junto aos seus túmulos é apenas um exemplo: no século XI isto foi oficializado pelos “papas” Silvestre II, João XVIII e Leão IX. Eles disseram que era para dedicar um dia por ano aos mortos, e o 2 de novembro foi institucionalizado a partir do século XIII como o dia “dos finados”.
Desde então as pessoas vão ao cemitério levar flores, acender velas, rezar pelos defuntos, em missas em nome dos falecidos – um grande negócio para a igreja, pois essas missas costumam ser cobradas, não são baratas, e como todo mundo quer seus parentes livres do “purgatório”, imagine só a indústria de exploração da fé que se formou. Por isso os homens de preto mantêm como pilar sagrado esse “purgatório”, pois no dia que o povo descobrir que é uma balela sem fundamento bíblico, a casa cai. E com ela o comércio paralelo de velas, flores, lanches, terços, imagens, bibelôs, enfeites, camisetas, cartõezinhos... um lucro enorme vai para o saco.
Vela, por exemplo, uma bobagem. Os católicos crêem que o testemunho daquele que morreu fica como luz acesa no coração de quem continua a peregrinação. Por isso acendem velas no dia “de finados”, para celebrar e perpetuar a luz do falecido.
No México fazem uma verdadeira festa e preparam um banquete. Segundo a tradição, nos dias 1º e 2 de novembro, Deus deixa os mortos visitarem seus familiares ainda vivos, e lhes permite comer e beber aquilo de que mais gostavam. No dia 1º chegam as crianças falecidas, e por isso chamam a data de “dia dos santos inocentes”: preparam um altar com doces, brinquedos e velas para iluminar o seu caminho de volta à terra. No dia 2 chegam os adultos. Para ter a certeza de que encontrarão o caminho do cemitério até suas casas, espalham pétalas de flores e velas pelas ruas. No altar preparado pela família, o morto encontrará as oferendas feitas pelos seus parentes, com os seus pratos favoritos em vida. 
Se isso é cristianismo, então danou-se.
A igreja católica aceita tudo isto como válido, e é por isso que eu digo que ela não é cristã. Ou uma coisa, ou outra. A base do ensino cristão é a Bíblia, e a Bíblia não ensina nada disto! Pelo contrário, somos instruídos a evitar esse tipo de mistura:
Nada de orações a quem já morreu: “Não vos voltareis para os que consultam os mortos nem para os feiticeiros; não os busqueis para não ficardes contaminados por eles. Eu sou o Senhor vosso Deus” (Levítico 19:31);
[não haverá entre vós] nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos (Deuteronômio 18:11).
Devemos seguir um único caminho: “E Elias se chegou a todo o povo, e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; mas se Baal, segui-o” (I Reis 18:21);
“O céu e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti de que te pus diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência” (Deuteronômio 30:19);
“Vós sabeis que, quando éreis gentios, vos desviáveis para os ídolos mudos, conforme éreis levados” (I Coríntios 12:2).
Nada de oferecer coisas a mortos: “Nós pecamos, como nossos pais; cometemos a iniqüidade, andamos perversamente. Nossos pais não atentaram para as tuas maravilhas no Egito, não se lembraram da multidão das tuas benignidades; antes foram rebeldes contra o Altíssimo junto ao Mar Vermelho... Também se apegaram a Baal-Peor, e comeram sacrifícios oferecidos aos mortos. Assim o provocaram [a Deus] à ira com as suas ações; e uma praga rebentou entre eles... se misturaram com as nações, e aprenderam as suas obras (Salmo 106:6, 7, 28,29, 35).
Não invente “rainha do céu” nem ofereça “homenagens”: “Os filhos apanham a lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres amassam a farinha para fazerem bolos à rainha do céu, e oferecem libações a outros deuses, a fim de me provocarem à ira (Jeremias 7:18).
Deus abomina os ídolos – e no fundo, esses “santos” são ídolos: “... porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos entre vós, e como vos convertestes dos ídolos a Deus, para servirdes ao Deus vivo e verdadeiro” (I Tessalonicenses 1:9);
“Os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram das obras das suas mãos, para deixarem de adorar aos demônios, e aos ídolos de ouro, de prata, de bronze, de pedra e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar (Apocalipse 9:20).
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Insistir nessas práticas é querer inimizade com Deus.
Doa a quem doer.

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